quinta-feira, 11 de março de 2010

Anjinho

And from her fresh and unpolluted flesh may violets spring!
E da sua fresca e imaculada carne possam brotar violetas!
Hamlet

Não chorem! que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que um outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou! (...)

Esta estrofe pertence ao poema intitulado de Anjinho.
Para termos uma melhor compreensão desse poema é preciso um estudo mais profundo. Por isso, se faz necessário voltar ao tempo e apresentar a vida do poeta. Com isso saberemos o motivo o qual levou o poeta a escrevê-lo.
Uma vez que buscamos dados biográficos do autor percebemos que este "anjinho" não se trata de crença ou não do poeta e sim a perda do irmão. Logo na epígrafe do poema o poeta busca inspiração em Shakespeare, Hamlet, Ato V, Cena I: And from her fresh and unpolluted flesh may violets spring!
Anjinho foi o poema feito em memória do Inacinho, Inácio Manuel, irmão do poeta que morreu quando Álvares de Azevedo tinha pouco menos de quatro anos de idade. Inácio Manuel tinha apenas dois anos quando morreu e a sua morte causou profunda impressão em Maneco. Ao ver o irmão preparado para o enterro, quis saber a razão de tudo aquilo e deram-lhe explicações comuns: a criança morta era um anjo e subiria ao céu para brincar com os Querubins. Azevedo, exaltado, queria que o vestissem também como anjo e lhe cobrissem de flores para que fosse brincar com o irmão. Este foi o primeiro contato do poeta com a morte e a partir desse episódio começaram a aparecer-lhe os fenômenos de uma febre das mais graves, que depois se declarou com toda a violência, marcando o futuro poeta para toda a vida.

2 comentários:

  1. Sublime! Eu sou um grande adorador de Maneco. Escrevo poesias com fortes influências dele. Adoro deveras. E estou achando seu Blog quaise perfeito. Meus parabens. Se eu poder ajudar.

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  2. Gostei muito do teu blog, sou realmente apaixonada por Alvares de azevedo e já estou te seguindo. Gostaria de perguntar: tirou essa poesia do livro Lira dos Vinte anos? Vi a citação de Hamlet.

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