sábado, 23 de julho de 2011

Prefácio - Lira dos vinte anos

São os primeiros cantos de um pobre poeta. Desculpai-os.
As primeiras vozes do sabiá não têm a doçura dos seus cânticos de amor.
É uma lira, mas sem cordas: ( frustração amorosa)
uma primavera, mas sem flores, (juventude sem glória)
uma coroa de folhas, mas sem viço. ( símbolo do sucesso e da glória - sem verdor).
Cantos espontâneos do coração, vibrações doloridas da lira interna que agitava um sonho, notas que o vento levou, - como isso dou a lume essas harmonias.
São as páginas despedaçadas de um livro não lido...
E agora que despi a minha musa saudosa dos véus do mistério do meu amor e da minha solidão, agora que ela vai semi-nua e tímida por entre vós, derramar em vossas almas os últimos perfumes de seu coração - ó meus amigos, recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e no amor - esses dous raios luminosos do coração de Deus.


Esse prefácio indica o pessimismo que são encontrados nos poemas da Lira dos vinte anos.

sábado, 9 de julho de 2011

A Tempestade (fragmento)

Profeta escarnecido pelas turbas
disse-lhes, rindo, adeus!
Vim adorar na serrania escura
a sombra de meu Deus!