sábado, 26 de dezembro de 2009

Nasce um novo Poeta!

Manuel Antônio Álvares de Azevedo é o segundo filho do casal Inácio Manuel Álvares de Azevedo e Maria Luísa Carlota Silveira da Mota. Álvares de Azevedo nasceu em São Paulo na manhã do dia 12 de setembro de 1831. Em uma carta escrita, em 1917, pela sexta irmã do poeta, Maria Francisca de Azevedo Amaral, ela declara que o irmão teria nascido em casa e na sala da biblioteca do avô paterno, conselheiro Joaquim Inácio Silveira da Mota. Aquele menino estava predestinado a viver e morrer do mesmo modo que nascera, entre os livros.
Mudou-se para o Rio de Janeiro com seus pais e Maneco, como era chamado o poeta, começou a ter sucesso em seus estudos ao ingressar no Colégio Stoll em 1840, mostrando ter extraordinária inclinação para o estudo de línguas. Com apenas nove anos de idade já escrevia cartinhas em francês e inglês para a sua mãe. Matriculou-se no internato do Imperial Colégio de D. Pedro II, então a mais importante casa de ensino secundário. Em 1847, Álvares de Azevedo faz o sétimo ano do curso de preparatórios e é declarado bacharel em Letras, título que isentava os estudantes da obrigação de prestar exames para admissão nas escolas superiores. Em São Paulo, matriculou-se na Academia de Ciências Jurídicas e Sociais, começou uma nova e a mais importante fase de sua vida.
Azevedo foi uma pessoa tímida e de poucos amigos. A princípio confiava apenas no amigo Luís Antônio da Silva Nunes, a ele contou sobre os projetos literários em que se ocupou no segundo semestre de 1848. Aos poucos Maneco fez amizades com Bernardo Guimarães e Aureliano Lessa, firmado amizade entre os três calouros de Direito, passaram a trocar impressões sobre os versos que escreviam. Chegaram a pensar em publicar uma obra coletiva, porém, Três Liras, nome que dariam à publicação, nunca saiu do papel. Provavelmente, as primeiras páginas da Lira dos vinte anos foi o que Álvares de Azevedo escreveu pensando na obra coletiva. De início o autor hesitou quanto ao título do livro, deu o nome de Brasileiras e depois o trocou por Folhas secas da mocidade de um sonhador e, novamente, por Lira dos vinte anos de um trovador sem nome. Após a morte do poeta, quando a Lira foi publicada, a família decidiu reduzir o título às quatro primeiras palavras. E assim, em 1853, publicou-se a primeira edição da Lira dos vinte anos.
MAGALHÃES JUNIOR, Raimundo. Poesia e vida de Álvares de Azevedo. São Paulo: Editora das Américas, 1962.